terça-feira, 7 de maio de 2013

Deu no Brasil de Fato: Estudantes de Araraquara em luta!!!


Estudantes ocupam campus da Faculdade de Ciências e Letras por uma melhor política de permanência estudantil

06/05/2013

do Coletivo de ocupação Unesp Araraquara

No dia 23 de abril de 2013, estudantes da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp em Araraquara realizaram uma ocupação no campus em decorrência da situação da política de permanência estudantil nessa universidade. Como ocorre em outras faculdades da Unesp, em Araraquara há a necessidade de revisão da política de permanência estudantil, uma vez que os recursos a ela destinados não acompanharam o aumento do número de alunos na Faculdade. Apesar do aumento da demanda por auxílio, houve na universidade uma redução dos recursos destinados. Hoje a ocupação completa 10 dias.

A principal reivindicação que motivou a ocupação é a expulsão de seis estudantes do processo de seleção do programa demoradia estudantil pela gestão anterior, de José LuisBizelli e LuizAntonioAmaral. A sindicância foi aberta graças a uma denúncia de moradores que se sentiram incomodados com o comportamento de outros moradores em uma confraternização.

Os estudantes ocupados discordam da posição dos moradores que fizeram a denúncia, uma vez que eles se reportaram diretamente à direção da Faculdade de Ciências e Letras, e não à Comissão de Moradia, instância institucional que tem por função deliberar sobre questões internas e de convivência naquele espaço. Além disso, os estudantes ocupados entendem que a referida gestão, cujo mandato se encerrou no ano de 2012, tomou uma medida radical e descabida ao excluir os estudantes do processo seletivo, tendo em vista que os regimentos da Unesp e da Moradia Estudantil preveem resoluções mais adequadas e não excludentes para esse tipo de problema. Trata-se de umasituação grave, pois a exclusão pode inviabilizar a permanência dos estudantes na Unesp, os levando a abandonar o curso. A exclusão dos estudantes se mostra como o exemplo mais grave de uma série de medidas arbitrárias tomadas pelos diretores da Faculdade de Ciências e Letras em relação à Moradia Estudantil nos últimos anos.

Os estudantes da Moradia Estudantil têm buscado um diálogo com as diretorias anteriores para resolver problemas e insuficiências encontrados na política de permanência estudantil na Unesp em Araraquara, dos quais apontamos: 1) a necessidade de revisão do processo seletivo para as bolsas; 2) a constante redução das bolsas voltadas a permanência estudantil; 3) o número reduzido de funcionários destacados para a realização dos processos de seleção de bolsas, e a inexistência de uma assistente social exclusiva para lidar com as necessidades dos estudantes; 4) problemas relativos à má construção de blocos da moradia e reformas mal realizadas; 6) a impossibilidade de pós graduandos concorrerem aos processos seletivos para bolsas de permanência estudantil.

A ocupação deu visibilidade para esses fatos e possibilitou a abertura de um diálogo com a gestão atual, dos professores Arnaldo Cortina e Cláudio César de Paiva. Os estudantes que ocupam exigem que os alunos expulsos sejam reinseridos no processo seletivo para a Moradia Estudantil, cabendo à atual direção da Faculdade de Ciências e Letras rever o posicionamento arbitrário da direção anterior.

Os acontecimentos de Araraquara são exemplos da fragilidade da atual política de permanência estudantil adotada pela Unesp que não se preocupa em garantir a  real gratuidade a educação aos estudantes de baixa renda. Neste sentido, aUnesp vive um momento de mobilização entre os alunos. Até a data de hoje são três campi em greve e ocupação (Ourinhos, Marilia e Assis), duas paralizações agendadas (Presidente Prudente e Bauru) e um campi com ocupação (Araraquara), por entender que a luta por uma revisão da política de permanência estudantilperpassa toda a Unesp.

Essa luta é de extrema importância para garantir o acesso e a permanência dos estudantes de baixa renda e se torna ainda mais necessária, no momento, se considerarmos a futura implementação do programa de cotas com 50% das vagas nas Universidades destinadas a estudantes de escola pública.   Para que esse programa tenha efetividade e qualidade deve ser acompanhado de sérias políticas de permanência estudantil que garantam condições de estudo a esses estudantes.

Por esse motivo os estudantes de várias Faculdades da Unesp se manifestam e pedem o apoio dos movimentos sociais, de trabalhadores e entidades estudantis para compor a nossa luta por uma universidade pública, gratuita, para todos  com qualidade.

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